ainda que se diga o belo ao olhar, mais belo é aquilo que não posso ver. a cor do som, a voz do anoitecer, o gosto do sorriso que vais dar. será mais bela a luz que se recusa a ir, mão dada ao tempo, para onde veio. deixada então, entre os botões da blusa, bela é a linha de sol sobre teu seio.
o tempo, alheio ao belo, leva a luz e é minha mão de fogo a fazer jus ao sol, que vai-se embora devagar.
a luz mais bela, ao fim do amanhecer, me faz fechar os olhos para ver o gosto do sorriso que vais dar.
até o momento, penso que todo verso em um soneto meu serve para "encher linguiça". corto aqui, repenso ali, até que caiba na métrica. talvez chegue o dia em que eu consiga pensar no verso já pronto e metrificado, como dizem que fazia o augusto dos anjos, mas agora me sirvo apenas dos exercícios ehehe