Ontem chorei lembrando nosso tempo,
Relembrando o que sonhávamos juntos,
Das viagens que fazíamos em devaneios,
Na garupa dos planos tecidos por nós,
Que se perderam, quando nos perdemos.
Apertou o peito, secou a garganta,
O coração pulsou freneticamente,
Com as memórias do teu cheiro ,
Com o sabor da tua boca cálida,
Do teu abraço de corpo e alma inteira.
Passeei nas lembranças ainda quentes,
Do seu jeito cândido, do sorriso solto,
Das palavras contidas, doces, certeiras,
Que me aproximavam das quimeras,
E que me embalavam em alegria pura.
Chorei sim, sem qualquer mágoa,
Sem quais resquícios de censura,
Para com minhas lágrimas ou seus motivos,
Não sem essa vontade velada, reprimida,
Que o tempo retroceda, ou retrocedamos nós.
EACOELHO
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