Eu em meu mundo
me pus a colocar-me em ordem,
não puramente ao dia
e sim me fiz de várias formas.
Talvez pudera mudar as lembranças,
talvez pudera mudar o que sinto
mas em teu anseio me fiz outro,
me lancei ao mar,
me fiz de várias formas
e te refiz em meus pensamentos.
Nas viagens de Saramago
aos refúgios de qualquer outro
eu pude ter seus verões
mas eis que uma dúvida rodeava-me:
pudera ser um só,
pudera ser só um
ou apenas serei eu entre você
e nossos corações?
A dúvida não se fez menos importante
e por toda a noite me fiz seu refém.
Nem mesmo Sousândrade me deixou melhor.
Eu construí um vitral em forma de mandala
e com ele defini meu raciocino Sofisma
mas tal como tantos me perdi.
O coração não tem freios e meu mundo
se perdeu nos sentidos:
o que era lógico transformou-se em mosaico,
o que era prosa virou poesia,
meu olhar perdeu-se em seus beijos
e até os anjos azuis agora viraram-se contra nós
e tornaram-se negros.
Re: Sousândrade
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