Gotas quebradas
Telhas partidas
Ruas atalhadas
Bocas unidas
Rosas exaladas
Cordas desafinadas
Casas pingadas
Pessoas choradas
Estrelas paridas
Alianças benzidas
Peças encenadas
Serras talhadas
Lembranças gravadas
Saias rasgadas
Estamiras miradas
Diamantinas encerradas
Videiras ensolaradas
Damas encantadas
Matas enluaradas
Almas cristalizadas
Pátrias desatinadas
Turmalinas quebradas
Línguas rasgadas
Bíblias fechadas
Horas atrasadas
Montanhas granuladas
Peles gratinadas
Mulheres amadas
...E a felicidade entorna pelas montanhas
Onde o sonho não se revela,
Porque sonho não se revela, vive-se.
É como chama sem pavio,
Que arde o peito.
Os dias não voltam,
A gente não volta,
As pessoas não voltam.
José Veríssimo