CORDEIS EM MARTELO AGALOPADO.
Foi num perfume exalado,
Por um nobre ser benévolo,
Que fiquei mais preparado,
E cheguei lhe dando crédito,
Perguntei se era uma Deusa,
Prostrada em minha frente,
Ela disse a quem me dera,
Sou humana e muito gente,
Se tu quiser ficar comigo,
Me ganhou por ser descente.
Vou chupar com entusiasmo,
Depois morder a casquinha,
Se esta delicia é só minha,
Não venham se intrometer,
Se quer dar uma chupadinha,
Vai precisar me convencer,
E prometer ser comportada,
Sem aproveitar para morder,
Pois meu sorvete é delicado,
E eu só o divido com você,
E para morder sem machucar,
Controle então suas mandíbulas,
Sem pretender desmantelar-me,
O que as vezes nem se castiga,
Mais fica sempre a árdua lição,
Do que a muitos inda instigam,
Nestas ofensas tão gratuitas,
Trazendo as cenas mais aflitas,
Quando é tão fácil conceber-se,
Naquilo em que só Deus arbitra.
Aos palhaço meus respeitos,
Pela coragem que eles tem,
De formularem do seu jeito,
A compreensão do desdenho,
Dos que tentam nos enganar,
Como se fossemos ninguém.
E preferem nos ludibriarem,
Do que optarem a fazer o bem,
Por isto me atrevo lhes dizer,
Estes relevam como ninguém.
Fora feita uma necropsia total
Investigando os fatos ocorridos,
Duma morte fatídica e cabal,
Um disparate a ser entendido,
Suas vísceras estavam lotadas,
Com recortes dos fatos ingeridos
Traduzido em diversos idiomas,
E figurando até um comodato,
Pragmático para ser entendido,
Espantoso de como era didático.
Mesmo assim entrou em parafuso,
Não digeriu toda esta trapaça,
Definiu-se como um ser profuso,
Se aliviando sempre na cachaça,
E um dia não mas se levantou,
E findou morrendo ali na praça,
É mas um que passa pela vida,
E esta nem lhe serve de vidraça,
Tragado pelas próprias feridas,
Acusado de morrer por arruaças.
Miguel Jacó