Nem acredito que sou eu
Que estou aqui, agora, desperto
A vida é um pudim e eu o Alberto
Agora é que sim é tudo meu.
Olá, és tu que aí vens?
Pois bem, és mesmo tu afinal
Pois olha, isso, não faz mal
Pronto, já está, agora tens.
Já somos dois, vês e agora?
Trazemos mais um para aqui estar?
Dizes que não para experimentar
Eu digo que sim e vai-te embora!
Olha que medo, não façam rir
Sozinho no mundo e outros não?
Há rios e bares, consolação
Serei meu bom fiel vizir
Aguardo e olho e quero
Tentar outra vez? Porque não?
Terei que ir, irei então!
Chego, bato à porta e espero…
Não foi nesta casa, não tem mal
Notícias piores na televisão
Não me vão apanhar em contramão
Na cara chapada do telejornal
Rejeitado aqui e ali também
Olha-me, dinheiro na carteira
Isso, juntinha à minha beira
Saudades da tropa em Sacavém!
Deu nisto a vida, fraco negócio
Pensão, é remédio que estive à espera
Saúde perpétua, tão só quimera
Diabo da vida, pede-me o ócio!
A vida é um pudim, há muito o sei
Tremi junto dela em cada sonho
E se ela era doce eu fui risonho!
Com esta mantinha morrerei.