pela tristeza atormentado
estava eu sozinho em sonhos
com a minha visão distorcida
vi a rainha do trono imaginário
desejando-me sorte
coroando a testa com tão macias mãos
convidando a dormir por séculos
todos aqueles que estavam ao meu lado
regendo celestial melodia
de um chilrado rústico de pardais
latejando o sangue da insanidade
constritou minhas têmporas
distorceu sua imagem
mas não conseguiu tirar-se de vez a razão
fazendo com que eu visse a face da morte
como uma dama de branco no crepúsculo cinza
engolindo minha rainha tão nobre e altivo talhe .
O sonho se foi, restou o coração amargo
Eu estou sozinho como estou sozinho
ouvindo apenas o som de pardais
atravessando a minha janela
sem a coroa a cingir-me a têmpora
nem a regência com maestria