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Apresento-vos, o luar...

 
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Perdido num labirinto de memórias e batalhas
Sem portas ou janelas por onde possa admirar
oculta beleza e poder que encerra, o luar...

Luz essa que me deixa confuso
Será esta a perfeita beleza,
em seu estado puro?
Ou um raio de vácuo condenado a impertinência?
Uma flor de lótus a raiar na escuridão
um nenúfar morto, talvez, à espera de consolo?

Na noite sozinho vagueia,
pelas planícies da eternidade e solidão,
Só, desolado e profundamente vazio...
Uma lágrima num oceano sem fim,
à espera da mão que a recolha
para que finalmente o seu tempo amargurado desapareça, tristeza perdida consolada,
fogo do devaneio extinto,
Um ponto final, um capítulo encerrado,

A entrada, do recreio do luar...<br />
Pensa e age como vários
Uma caixa de Pandora desenterrada
uma pena dourada em seu peito
leve como seda pura e radial
Guardião esmeroso e colossal
Ignorado e despejado na escuridão
Aguardando, fiel ao seu legado
Permanecer, escutar, não desesperar,

Bem vindo ao recreio do luar...

Memórias apenas de quem o sente
Uma fonte de crueldade criada pela malevolência
Roga pragas, trai corações
Finda mundos e engana multidões,
Seduz aquele incauto ao seu perigo
Na sua aurora negra de terror
transformada na essência do cintilante pujar
Assassino impiedoso e cruel
Sigiloso, cauteloso, frio, letal,

Divirtam se, ao recreio do luar...

 
Autor
Gustavo Silva
 
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