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As almas.
Onde estarão as almas?
Almas macias de pretos velhos.
Alma não tem cor.
Eu choro sete lágrimas,
uma para cada pecado,
uma para cada linha
tênue
entre a divindade e a minha razão.
Eu raciocino o lógus mágico
e invoco o milagre na palma da minha mão.
O milagre é a próxima respiração.
É eu estar aqui,
de livre arbítrio aberto,
vivo,
são.
Nunca salvo,
pois não há salvação.
O milagre
é eu poder
falar do milagre
em letras
escritas com macarrão.
O milagre é eu poder
sonhar o amanhã
sem a necessidade de rimas
e absoluta ausência
do tédio.
O milagre é o passo que dou na escada,
subindo,
descendo...
Dou o passo
pelo fluxo
contínuo
do milagre.
Eu acredito em milagres
e os vejo por todos os lados
com meus olhos milagreiros
e cheios de lágrimas.
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