Ainda gritas, ó sonora voz,
Ao silêncio das frias madrugadas,
Açoitada és pelo vento atroz
E em teu corpo recebes as rajadas.
Dorida, bradas em doudos horrores
Pelas lembranças que trazes ao peito
E levas taciturna p'ra onde fores
Um mar de lágrimas sobre teu leito.
Algum dia outra voz bater à porta
Segues, alfim chegou a libertação!
A alma deixará a matéria morta,
Terás por fim bálsamo na amplidão.
[Jadson Simões, Aju-SE, 29.07.2013]
Jadson Simões