Sei que cheguei bem perto do que desejei:
tantos momentos que vivemos,
tantas luas que mantivemos em nosso tempo,
quantas estrelas trouxemos para nosso céu.
Vidas pararam, o tempo parou,
até o senhor da vida conseguimos convencê-lo;
e nosso tempo foi multiplicado;
em suas mãos fui levado ao universo,
conheci o sol, a luz, os atros…
Mas agora estou só nesse universo sem fim,
pensando no passado, ignorando o futuro;
até o tempo me deixou só.
Não sei até quando vou agüentar, mas sei
que tudo foi tão real, que em minha mente
o real transformou-se em razão do meu querer,
a dor em motivos do meu caminhar,
a ausência em prova de vida,
sua perda em necessidade de voltar
ao tempo que um dia foi nosso.
1 segundo:
necessido para poder te contar tudo que vivi;
2 segundos:
é necessário para mostrar como estou;
3 segundos:
é preciso para eu tentar te achar;
4 segundos:
é quanto preciso para mostrar as provas;
5 segundos:
é o tempo que minha lembrança levou pra te encontrar;
6 segundos:
foi o “tempo” que o “tempo” usou para tirar-me de seu sonhar.
Se tudo se foi:
então que seja para sempre,
que eu me perca nesse universo sem fim,
que minhas forças se desfaçam,
porque sem você não consigo mais;
Por que você se foi?
Me dia! Por quê?
Fale-me dos porquês que te levaram a isso?
A solidão me mudou:
não sou mais a estrela que você tinha,
não sou mais o sol que te mostrava o caminho,
muito menos a luz que um dia você usou para seu caminhar.
Sou a ausência de som, de cor e luz.
O espaço e eu, hoje, somos dois corpos muito próximos,
que agora disputam o mesmo tempo e espaço,
que agora se perdem na imensidão das galáxias,
de astros que como eu se perderam,
nesse caminho de estrelas sem razão.
Nesses 6 segundos de lembranças, do passado,
que ficaram há anos luz de mim.