Eu te vi hoje, filho.
Te vi correndo na rua,
levantando um piriquito torto
achando graça em misturar
calor e barro no pé.
Eu te vi hoje. Vi sim.
E isso me deu uma saudade danada sua.
Na praia, tardezinha, lá no Monte Serrat
mais um Dia das Crianças sem você.
E toda hora você passava por mim,
correndo livre, jogando areia. Meu pequeno pirata.
Filho, fico me perguntando quando vou te ver novamente.
Fico invejando as mães e não gosto disso, mas adoro falar sobre você.
Meus olhos brilham e minha mente viaja longe, solta.
O meu pequeno tagarela, igualzinho a mim.
Com uma curiosidade sem fim.
Eu sonho com você.
Sinto falta do que um dia tive e quero voltar a ter.
Dos seus grandes olhos e dos seus abraços.
Aah os seus abraços... São tão saudosos!
O que você está fazendo filho?
Estou sozinha e perdida aqui.
Vem logo para casa, chegue rápido de onde vier.
Eu conto aquela história do Homem Verde.
Fico ao seu lado até você dormir.
Filho, foi horrível te perder, e pior está sendo te esperar.
Mas olha bem minha vida, eu vou dormir agora,
Vou te achar nas outras crianças,
E quando você chegar...
Beijarei teus olhos,
Te deitarei no meu peito,
E você cairá no sono ao som do meu amor.