Poemas : 

O espelho e eu

 
A poesia e eu,
Se distorcem entre o espelho e eu.
Nada é tão real,
Assim como o tempo pode ser atemporal.
Nada é tão certo,
Assim como a probalidade se confunde com o concreto,
Com o concreto das cidades,
Com o infinito do espaço,
Com o cinza dos céus.

A vida e eu,
Se contornam em nítidas formas,
Assim como vozes, lembranças e tempo se configuram,
Se transcodificam em simples lembranças.
A voz eu eu,
Pode esvair-se no tempo,
Ou pode transportar-se aos cosmos, aos sonhos.
Assim como o pássaro, pode sobrevoar a vida,
Decair em seu solo, em repouso,
Ou em um mero acaso,
Transcorrer em seu tempo,
Em sua imaginação transfigurada ao real.

A morte eu eu,
Transfiguram-se no escuro do véu,
Me transportando para a não cor, ao branco,
Assim como as ondas do sol me trazem a luz,
Encatam minha íris, mas subtraem as cores,
Assim como minha mente decodifica o real,
Me colocando ao avesso, ao avesso, ao avesso do destino,
Pois a sorte me torna mais desleal.
A vida e a vontade de viver,
Vão ao contrário do que sinto,
Assim como a morte tenta me guiar,
Por entre a vida a caminhar,
Mas a morte e eu estamos longe, bem longe,
Assim como o mar está para o continente,
Assim como as árvores estão para a terra,
Assim como o vento está para seus pés,
Assim como o espelho está para minha face:
Nítido, destorcido e incerto ao que sinto: nulo…

 
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betonunes
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