neste mundo hostil
em que vivemos
existe
uma pequena cidade
dentro de nós
rios que a atravessam
alimentando nosso ego
pontes que nos guiam
à outra margem do coração
ruas iluminadas por luares
cujas sombras embaciadas
mal transparecem
a alma de quem a habita.
pelas arestas da alma
seguimos em contra-mão
acumulamos alvoradas
e anoiteceres
e nos intervalos de nós
seguimos o desaguar
dos rios paralelos
a embarcação do tempo
quiçá nos espera
nos transportará
ao alto mar do sonho desperto
onde todas as dúvidas se desvendarão
talvez,assim, neste mundo hostil..
ana silvestre