FIOS DO DESTINO
Trecho de "FIOS DO DESTINO", meu novo livro, que é continuação de:
"UM CONTO DO IRAJÁ", unido a outros contos reais e do sobrenatural também...
O CASO DE PEDRINHO
Era escurinho como a noite, seus dentes muito alvos, reluziam...
Ficara órfão muito novo ainda, e teve que se virar prematuramente pelo mundo a fora.
Logo depois da morte de seus pais no rio, (quando uma enchente daquelas, subiu o nível, eles se afogaram) ele teve que fugir aconselhado por um vizinho, pois o colocariam em um orfanato.
Isso para ele era o mesmo que prisão, e só sairia de lá quando estivesse em idade para cuidar de si mesmo...
Era muito tempo, não podia esperar!
Quando saiu do cemitério, passou na pequena casa e pegou uma malinha, colocou suas poucas roupas e algum dinheiro que ele sabia que sua mãezinha havia guardado, antes de sua morte, dentro de um pote, na cozinha.
Foi embora dali, olhando para trás e se despedindo do lugar.
Ali ele nunca mais voltou.
Pedro sabia ler, escrever e fazer contas, mas apenas isso, pois quando seus pais morreram, ele deixou de estudar e saiu pelo mundo pedindo carona aqui e ali...
Muitas vezes, ia a boleia dos caminhões, em outras, na carroceria junto com as mercadorias que os motoristas transportavam.
Assim, ele se virava, conhecendo vários lugares do Brasil, fazendo um servicinho para garantir seu "prato feito” em alguma pensão de beira de estrada.
Pedro estava sempre triste...
Sentia-se solitário, sem ninguém no mundo.
Quando contava 15 anos, Pedro morreu vítima da meningite que estava no nordeste.
Teve uma fortíssima dor de cabeça e febre, durante dois dias, e se foi desse mundo...
Pedro abriu os olhos, a cabeça ainda doía! Olhou em volta e pode avistar uma senhora idosa, de seus 65 anos, vindo em sua direção.
Ao fundo, uma pequena casa, muito bonitinha, um cachorro e uma cerquinha pintada de branco demarcando o pequeno sítio.
A senhora lhe deu a mão para que levantasse do gramado.
Disse então, com muito carinho na voz:
_ Olá, Pedrinho! Estava te esperando, venha comigo para dentro de casa.
Ele meio tonto ainda, obedeceu à senhora apoiando-se no braço dela. O cachorro vinha logo atrás deles...
Ao abrirem a porta, ele foi logo perguntando:
_ Senhora, onde estou? Pensei até que estava morto, pela dor e febre que ando sentindo...
_ De certa forma está, Pedrinho. Pois não pertence mais à Terra. Aqui é o seu novo lar, o que foi designado para você, juntamente comigo e Rex, o cachorro...
_ Mas se estou falecido, porque falo, sinto, ouço, vejo?
_ É a realidade do espírito. Ele não morre: apenas o corpo.
Ele nada disse mais, ficou somente olhando cada detalhe de onde estava. Havia muitas dúvidas em sua cabeça:
Por que não vieram seus pais para lhe acolher? Onde estavam? Por que não escurecia, pois já estava um bom tempo ali, e não vira em nenhum momento, traços de anoitecer?
Essas, eram apenas algumas das muitas questões para serem respondidas pela senhora.
CONTINUA NO LIVRO...
FÁTIMA ABREU
* Pode ser adquirido em:
https://www.agbook.com.br/book/148095--FIOS_DO_DESTINO
Temas: contos reais, sobrenaturais, espiritualismo, relações familiares
Fátima Abreu
Enviado por Fátima Abreu em 18/07/2013
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