A noite estava vestida
de ruídos em sussurros
bailavam nos lençóis da cama
os sonhos abraçados
no sono disperso...
No beiral da janela
o canto de um pássaro
sorria nos lábios que se aqueciam...
As asas viviam a insónia
nela desenhavam quimeras
a rasgar o escuro
para a noite se estrelar
nos braços da lua nova...
Metades ausentes
entreabertas
cansavam os voos
apenas o cântico ressoava
metáforas nas ânforas de néon
a descerem no nevoeiro
enchiam o corpo por inteiro...
Ana Coelho
Os meus sonhos nunca dormem, sossegam somente por vagas horas quando as nuvens se encostam ao vento.
Os meus pensamentos são acasos que me chegam em relâmpagos, caem no papel em obediência à mente...