Garota de olhos doces
de fascinante sorriso
e mãos com a carícia da seda...
Tu que és tão amada, moras na solidão,
sentes a falta de ombro amigo e presente
tens o fogo do amor no teu coração
tanto ardor e paixão e tudo se faz ausente!
Acompanha-te a infelicidade
na felicidade de um grande amor,
tens tudo e não tens nada!
Os teus lindos olhos têm o brilho do sol
quando vês ou estás com o teu amado,
mas choram na tristeza da lonjura terrena!
Anseias por um príncipe encantado
que esteja junto de ti, nas horas solitárias,
esses não existem mais...
são somente sonhos e quimeras
porque a carência te impele à busca de algo!
Paradoxo desta estranha vida,
quando o amor é forte e recíproco
e duas almas se encontraram
pelos caminhos do destino,
mostra o amargo da ausência dos abraços,
dos beijos escaldantes,
que se mitigam nos escassos encontros
em que os dois corpos se deixam envolver
em delirante volúpia no desatino da paixão!
Ah...vida triste onde o amor é rei
E a tristeza e solidão são escravos que dominam.
José Carlos Moutinho