São três da manhã, a noite daqui a pouco DESPE-SE e veste-se de um amanhecer, que pelo que me parece, nublado e acompanhado de uma aragem fresca e destemida. O sol irá esconder-se e eu, eu NÃO SEI se poderei comprovar tal teoria.
São três da manhã e as últimas IMPRESSÕES que tiro do mundo que me rodeia é de um espaço quieto, sossegado que sonhei tantas vezes preencher com uma correria INFANTIL, com um sofá sujo de pipocas, brincadeiras, com um chão cheio de brinquedos espalhados… mas tal como disse e bem: SONHEI… por isso, e a realidade crua que corrompe o sonho encarrega-se disso mesmo, o espaço que sonhei preenchido tive que o forçar a agitar-se com um belo vinho do Porto que ajudou à minha sede de querer VIVER TUDO hoje. Vejo então papéis espalhados pelo chão, rascunhos na verdade, nada mais do que, pensamentos que nem na embriagues se afogam.
O filme estava bom, estava! Mas a televisão adormeceu… E eu poeta aborrecida entornei o frasco de tinta para cima de umas telas dissecantes de à muito terem VIDA. Desta forma agitei as partículas de ar quietas.
Confesso-te o MEDO de adormecer e não mais acordar. Confesso-te que a cama que me espera, recebe-me com o maior DESPREZO por não te levar a visitá-la. CONFESSO QUE TE TRAI em pensamentos… que desejo ALGO MAIS, que SINTO fugir de mim a cada dia que passa um pedaço da JUVENTUDE que nunca terei… como se não bastasse não ter tido Infância… PERDOA-ME culpar-te disto. Na verdade, já devia saber que uns são postos no Mundo ao acaso ou por más brincadeiras, o meu caso NÃO É exclusivo… Pena? Tenho, mas que diferença sente uma ave com uma pena a menos? Tal e qual…
Bom, penso que DIVAGUEI(...)
É verdade… já não consigo precisar o tempo numérico neste momento pois até os números pus a dançar com a musicalidade que escondo nestas entrelinhas. De uma coisa sei… o meu corpo não mais me responde… as minhas pálpebras pedem-se uma à outra, os meus lábios secam e o meu nariz entope ligeiramente… nesta agitação que criei mal se ouve, mal se sente a minha presença e é disto que vive um poeta, do FINGIR que às vezes NÃO EXISTE e que no final, são os LEITORES o portadores da sua vida, divina ou eloquente a escolha é sua.
Assim sendo, ATÉ AO DIA em que me voltares a dar forma, caro leitor.