NAMORADOS DE OUTRORA
Noite calma, o silêncio orquestrava aquele lugar,
Um recanto bucólico para o amante em exultação,
Na dileção da donzela se enleava em conquistar,
Nos setiais da praça, a preferida do seu coração.
Eram flertes bem velados, um poema a declamar,
Ritual dos enamorados, a mais viridante sedução.
Do coreto se contemplava os casais indo passear,
De mãos-dadas e em pares, iam em toda direção.
Lirismo de uma época que hoje passo a lembrar,
Deste lindo o amor poético, em assaz veneração,
Havia encanto, havia beleza, uma união a fulgurar,
Era o tempo das pucelas, convictas por devoção,
Nostalgia da pureza, da cândida virgem ao altar,
Vestalinas de agora! Por que esta transformação?!
Rivadávia Leite
AQUARELA DE UM SONHO
Aquarela de mulher excêntrica e vaidosa,
Como é estranho este teu lângüido pensar!
Esta cisma persistente e assaz desastrosa,
No meu caminho, jamais deixarei passar!
Satírica maneira que te faz tão escabrosa,
Vendavais...