Hoje eu acordei e não senti o tempo,
apenas mais um dia,
apenas mais um tempo,
apenas mais um dia comum sem você,
sem seus olhos e nossas estações.
Sem seu perdão e a tempestade.
Sem suas rédeas e minha liberdade;
Sem você, sem nós, sem eu e sem o amor.
As gotas da chuva refletem o estado
do meu coração, as nuvens carregadas
me carregam sem eu querer,
os olhos da menina triste traduzem
o espírito do meu coração nessa
fina estampa da manhã, de um dia qualquer.
As horas traficam a felicidade e eu
fico como um mercador sem seu peixe,
eu fico como a chuva sem a tempestade,
eu fico como o beijo sem o gosto.
Ao chegar em qualquer lugar,
de um dia qualquer,
em um país qualquer,
de uma data qualquer eu penso
por um instante em como fomos felizes
e penso no que viramos.
É como o pássaro que nunca mais voará,
como a estrela que nunca mais brilhará,
o sol que jamais iluminará,
a luz que nunca mais apaixonará os
corações puros e diferente dos nossos,
pois os nossos não mantém
a flor da vontade intacta.
Os nossos se perderam
no labirinto infinito do tempo.