Donde brado de infindos ais troava.
Tão escuro, profundo e nebuloso
Era, que a vista lhe inquirindo o fundo,
Não distinguia no antro temeroso.
A Divina Comédia – Inferno, canto IV, ver. 09/12
luz quase obscurece, mas ainda fulgor há penumbra. fanal há na jornada,
descerra limite das trevas em que no dia como noite, um excesso de luz,
nas folhagens sequer enegrecem ondulações. tertúlia da treva grisada.
debalde sol se pondo em entardecer escaldante, pleno verão, não reluz
por que isso soe acontecer? o mundo exterior é deveras reconhecível.
imagens inversas da imortalidade sob sombra de arcos-íris dolentes,
almas fluem em noites do pandemônio. futilidade, beleza corruptível,
cabeça mergulho no escuro, garras opressoras laçam almas inocentes.
tempos idos não ensinam, nem tampouco devolvem nenhuma misericórdia.
para argumentar fisgam, se comprometem, dizem orações sem reles pesar.
há momento intransigente apresentado como arma para sua cabeça, então.
desempenha um olhar com o fogo, e as chamas pululam - será concórdia?
onde a carne e o espírito das pessoas fundidos, a fissão da luz à matar.
começo a intuir vagamente que são sempre mesma coisa: luz e escuridão.