Quando não houve amor, pequeno fui
A flor é a mesma, parida e florida, viu tudo
Só mudou o cálice e esse amor me cabia
Quando há flor sem ferida é ser minha vida
Acreditei: sonhar com seu amor, você pode
Não é pecado, não há pecado, você pode
Os amores e as flores não morrem, você pode
Deixam rastros, deixam caminhos, você pode
Se dizem pouco ou nada dos sem amor
Amar e querer só importa se for por amar
Uma saudade no cio, uma voz sem vícios
Flor parida, vida florida, voltar sem ferida, ida
A vida precisa de novas asas e seguir sem destino
E se me abraça o escuro, o frio, o infinito, grito de medo
Meus segredos não dormem, minha pele não se lava
Guardam vivo seu cheiro dentro de mim e vou vivendo
Vou indo, cheirando seu cheiro, num desejo danado, vou indo
E se vou eu volto, como o desejo dos ventos e o anseio da serra
E o anseio dos seios e a beleza da tarde, eu volto desse pesadelo
E abraço sua ausência, e não sinto falta, me basta o nada que ficou
14072013-1502
José Veríssimo