Quando eu caio
Eu caio todo
Mas nem todos
No que eu caio
Eu me pinto
De palhaço
Eu me maquio
Eu me disfarço...
Os meus olhos
São vermelhos
Os meus dedos
São queimados
Se eu bebo
Ou sou promíscuo
Ninguém tem
Nada com isso.
Onde eu vou
Estou de "fogo"
Minha língua
É bifurcada
O meu verso
É venenoso
O meu poema
Uma piada
Se eu caio
Num buraco
Muito escuro
E muito raso
Ora caio
Numa rede
Ora caio
uma parede
Se eu caio
Num balaio
Muito fundo
E muito claro
Eu me sinto
Um deus malaio
O meu inferno
Eu mesmo faço
Quando eu
Me sinto eu...
Eu caio.
Gyl Ferrys