não sou pedra,
rude e bruta,
que rola e não cria limo.
não sou tábua,
na loja de madeira.
onde coisas são vendidas.
não sou peça,
de automóvel,
parte de engrenagem,
que move o mundo.
não sou pá de coveiro,
nem sou túmulo,
escura e fria última morada.
não sou martelo,
nem prego,
que não se prega sem estopa.
estou vivo,
sou chama,
que arde,
não apagada, nem destruída.
sou chama,
minha voz reclama,
meu peito clama
por mais vida.