Lúcifer e seus seis negros cavalos poderosos eu vi,
usava no dedo anular um anel de ouro com um rubi,
voava num abismo sem fundo de cavernas secretas,
ali onde seiscentos mil demônios soam trombetas.
Ele vestia um manto de rubis engastados em ouro,
os seis ginetes negros ajaezados em prata e couro,
senti as pisadas poderosas da satânica parelha,
a nenhuma outra coisa neste mundo se assemelha.
Vi uma donzela, como um sonho, na luz toda acolhida,
voz era suave, veste deslumbrante de ouro cosida.
Minha admiração causou-lhe como reação um chiste.
rosto belo, mesmo sarcástica, o semblante era triste.
Lúcifer deu-me seu anel no portão da escuridão sombria,
minha excitação latente queimou um céu azul prodigioso,
estava nas alturas da consciência direcionado que ia,
eu mostrei o anel à Donzela da Lua, quiçá esperançoso.
Abanou a cabeça num tom incorreto de trança esparsa,
e a rir de mim, desprezando-me, agitada e tão conjunta,
uma voz calma podia ser ouvida, soava porém como farsa,
um olhar estranho se fundiu sem resposta a minha pergunta.
Ao trotar dos cavalos, batidas de cascos, ali tão sedutora,
traço sobre uma terra vasta área, risco bandas num mapa,
acredito que um astro iluminou para mim, forma duradoura,
radiante, rubi no anel de ouro nem viu, acaçapou-se na capa.
Muitas noites estelares, montes de dias ardentes passavam,
perambulei, vagando sem saber o final, porem tão resoluto,
rindo das rajadas medrosas de cavalos outros, ocas soavam,
enviei para as alturas a consciência, fundo no vício absoluto.