De silêncio e de dor se fez minha luta,
De encontro todos esses filhos da puta,
Que me viram na sarjeta desprezível,
Fazendo-me parecer ser inconcebível.
O sarcasmo era a sua arma preferida,
E eu pútrido, com fome, carne em f´rida,
Sem orgulho algum, pedia que comer,
Enquanto a multidão vinha escarnecer
Do ser ridículo, que estendia sua mão,
A alguma alma caridosa, compreensível,
Que lhe desse um momento de atenção.
E voltei ao meu caminho sem nada ter,
Mas meu ser, que sempre fora sensível,
Deixou-se enfim levar, até apodrecer.
Jorge Humberto
13/12/07