Astrologia! Essa Linguagem inspirada, matemática Divina, geometria Sagrada …
Esse pensamento além-fronteiras, intemporal,
tão meu, tão teu, feito de símbolos Eternos.
Movimento não-eterno imerso num Eterno-movimento que pede Consciência.
Símbolos vivos que nos “escrevem”
ainda no útero materno.
Universo, essa câmara-de-eco onde soam e ressoam notas de uma Eterna qualidade.
Projecto além-matéria em nós oculto!
Metafisica intenção pejada de física verdade.
Astros que nos rodam na Roda-da-Vida, começam,terminam, iniciam novos ciclos em potência contida.
Somos, ressomos e tornamos a Ser …
Roda que roda em torno d’um Eixo.
Sol, o Eixo da Roda!
Na Terra “carta-de-marear” para as Caravelas da Vida,para os Homens, “bussola-do-caminho”,
os passos do encontro em direcção ao Destino …
E o Ser não se perde, transforma-se!
Ganha percepção dessa intima Visão.
Aprender a Amar, a abrir o Coração.
Eis a Astrologia como Via-de-Ascenção.
Num Mapa Astrológico, cruzam-se sobre a Mandala do Zodíaco, formada por 360º, 3 importantes eixos: o eixo horizontal, linha Terra, nós e os outros, ascendente/descendente, eixo da relação. O eixo vertical, nós em casa, nós no colectivo, fundo do Céu/meio do Céu, eixo da personalidade. E a Cauda e Cabeça do Dragão, o eixo da Alma, a seta que indica no Mapa uma direcção, o Sentido da Vida .
Os 2 primeiros eixos,ascendente/descendente, meio do Céu/fundo do Céu, cortam a Mandala sob posições opostas formando no Mapa uma cruz. É o conflito existencial do Ser-Humano. A cruz de cada um! O terceiro eixo, Cauda/Cabeça do Dragão, surge como a resolução desse conflito. Quando se atinge a Cabeça do Dragão, dá-se o encontro entre a personalidade e a Alma que se erguem equilibradas e se manifestam inteiras.
A personalidade transcende o conflito e auto-afirmações individualistas e passa a servir a Alma. O pensar converte-se ao sentir, a mente baixa ao Coração. E eis o Sentido da Vida. O Ser manifesta-se inteiro, profundo, Espiritual. Seguro pela Terra, inspirado pelo Céu do seu propósito de existir nesta difícil dimensão física e metafisica em que está imerso. Dois tempos distintos, dois lados opostos, duas faces de uma mesma moeda!
No Tema Astrológico, esta cruz assenta cada braço sobre um dado Signo Zodiacal, Signo que qualifica num dado conjunto pessoal o conflito de cada um, na Vida de cada um. O movimento começa!E não há movimento sem conflito porque só o conflito proposto por duas partes opostas gera qualquer movimento …
O equilíbrio encontrar-se-á no Signo, Casa e Planeta que presidem à Cabeça do Dragão. Eles são a síntese do Tema, o Dharma a atingir. Assim, o conflito gerado pela cruz, caracterizado por4 Signos Zodiacais, os que cada um precisa na sua evolução pessoal, tende a levar o individuo a sair psiquicamente do Signo da Cauda do Dragão, Casa e Planeta que a rege, no fundo vir de quem fomos, para a Energia, Signo, Casa e Planeta que regem a Cabeça do Dragão, o que viemos cá fazer. A cruz enquanto conflito é a proposta de saída de quem fomos, Cauda do Dragão, para quem temos que vir-ser, Cabeça do Dragão.
“Se alguém quiser seguir-me
Tome a sua cruz e siga-me!”
disse Cristo.
Cristo conhecia bem a sua cruz por isso abraçou-a. E deixou-nos como herança este imenso legado Espiritual: tomara cruz para o seguir! Mas tomar a cruz é conhece-la, entende-la, porque só aí apoderemos verdadeiramente abraçar. Ninguém vive bem com o que aparentemente aceita mas não conhece!É pouco! As palavras do Mestre tomam agora, à luz da mística interpretação Astrológica, a Escrita-de-Deus, um novo e imenso significado. É vago dizer apenas que devemos carregar a nossa cruz se o quisermos seguir. E qual é a nossa cruz?! Qual é o sentido de a viver?! Como encontrar equilíbrio e pacificação com essa cruz que é a nossa?! Como conhece-la?! Bastará rezar e acreditar que temos uma cruz desgarrados da percepção de qual é o porquê de a termos?! A mim já não me basta! Até Cristo sabia até onde a sua cruz o levaria. E nós?! Sabemos?!
A Astrologia revelou-me a minha cruz! Ensinou-me a aceita-la e a vive-la de forma mais inteira e abrangente!Hoje, sinto-me mais consciente, sei-me mais Cristão, mais perto de Cristo e da sua Essência, mais junto dos seus passos …
Abraço a cada dia que passa a minha cruz, beijo-a como Cristo às portas do caminho do Calvário porque a conheço bem.Quero iniciar-me na consciência e aceitação da dor pois será no limite da dor que aceito que encontrarei a segurança da não-dor que outrora rejeitei rejeitando a dor. E nasce uma nova consciência, mais dinâmica, mais ampla, mais verdadeira…
Atinge-se a Cabeça do Dragão dos nossos Temas, o Sentido da Vida para o qual nos foi dada nova oportunidade! O nosso único e possível chão emocional, interior e exterior. Situamo-nos no centro da nossa cruz, espaço de convergência interna onde o desequilíbrio se resolve, onde os 2 lados do conflito se encontram e integram.
Viver, aceitar e resolver a cruz dos nossos Temas é atingir a cabeça do Dragão, tocar Kiron, a ferida interna que transportamos, viver a Roda da Fortuna, equilíbrio maior entre o Sol e a Lua dos nossos Mapas, o Ser e o não-ser que nos habitam …
Ricardo Louro
no caminho da Consciência
Ricardo Maria Louro
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