Estratéga
Pelos verdes prados, humidos de orvalho,
vai saltitando um qualquer passarinho.
Olho vivo, perspicaz, da direita para a esquerda,
e descobre na seara do mundo inusitado,
Que ali anda a pastar um vermezinho.
Uma bicada certeira e o verme é engolido,
Vai aquecer-lhe a goela e também o seu corpito,
Para noutro impulso procurar de novo,
Um caracol,uma mosca, qualquer coisa vale!
E numa gota de orvalho, molhar o biquito.
Pois de minuto a minuto tudo se repete.
Vem a noite. Um pio de alívio, tarefa cabada
Espaneja. A cabeça, mete-a na asa, sossega
Outro novo dia amanhã. Outro clarear!
E aí recomeçará de novo, O estratéga.
Vólena