Sangue que corre nas veias
Sangue que escreve estórias
Sangue mesclado formado
Sangue jorrado na terra
Sangue trocado entre raças
Tenho sangue guerreiro
sangue de pioneiros
que chegaram de longe
ao solo brasileiro
Tenho a altivez da bandeira
à tremular no alto do mastro
No peito enraizado o canto
de força dos escravos nos porões
cantada uníssono nos navios negreiros
Tenho o sonho de liberdade
acalentado no seio, por séculos e séculos
acorrentados, aguardando o momento
de libertação
Tenho o hino ecoando em mim
Fortalecendo minha alma
Selado em meus lábios, aguardando o porvir
A esperança selada na alma no coração
No caminho desbravado por quem deixou-me o legado
Legado firmado, sagrado pelos meus antepassados
Que lutaram viveram, e não desfrutaram
o sonho acalentado
Sonho adiado, de uma estória do passado
escrito, testemunhado, e com Sangue, purgado!
Fadinha de Luz
Maria de Fatima Melo (Fadinha de Luz)