Entre faúlhas
se desfaz o lume
em alaranjados quentes
onde a voz se cala
no ruído do silêncio...
Soluçam os ventos
correntes de arame pesado
arrastado nos ombros
de uma sombra muda...
As penugens brilham
efemeramente na liturgia
das páginas que cobrem a mente...
Fragmentos de um nada
no tudo amarrotado
com as curvas da mão em lágrimas...
A véspera do ontem
era uma lembrança imensa
que o futuro apagou sem emenda...
Ardeu...a lareira aqueceu
o que a memória esqueceu...
Ana Coelho
Os meus sonhos nunca dormem, sossegam somente por vagas horas quando as nuvens se encostam ao vento.
Os meus pensamentos são acasos que me chegam em relâmpagos, caem no papel em obediência à mente...