“ iacet omnibus”

Ele mentiu para todos – para mim foi pior, era apenas uma criança
brincando com bola de gude, perseguindo a borboleta azul, entretido.
arrastava-se com muitas mulheres. Regozijava-se na vizinhança
em pisotear a minha mãe, eu chorava em meu quartinho. esquecido.

não dizia nada a ninguém. Eu não vou perdoar. no escuro tinha medo,
e não gostam de crianças medrosas a tudo verei agora sem misericórdia
e não me darão o pórtico de um paraíso, ninguém me diz o segredo,
nem o umbral de um inferno assustador, dissonante de concórdia.

não me poupou de humilhações, dissabores outro qualquer um reagiria
desejoso de atenção. como o pendulo de um relógio sem sair do lugar
tentaria num rompante agredir , infante como crédulo beato, me consumia
vendo passar as horas. Mas você me vê, em vez de perder a razão, rastejar

o pouco que ele pode dar em troca nada foi muito - a viver em um hospício,
eu não escrevo na palma da prisão. realmente queria amor, mesmo servil,
renuncio a Luz. aceito as trevas como mestre ao caminho conduz do suplicio
serei a codorniz do escárnio na tempestade na mira do caçado hostil.

[Então, vamos lá a glória e o amor paterno da mão na palma,
mas apenas correrão no mesmo sangue sem refletir na alma.]


Ó Senhor, quando foi que eu deixei de sonhar, quando enlouqueci
debatendo-me em camisa de força. É realmente assim que eu
sou melhor, compenetrado em conjecturas. Mas, jamais esqueci,
se - qualquer dia um - todas mentiras essas destruir o apogeu,

transcender vai a vida, alma vez outra ascender ao manto como eras
destruindo caminhos de luz, chamando carrascos dos entes fracos
sobrevivo audaz, como a noite trevas e brumas pesadas enchem esferas
que é fácil dizer e ver que a alma esta corroída, retalhada em nacos,



[esmagada, angustia enorme,


...



estou agora


...




desarmado].