perto é o crachá
a catraca
a máquina, a produção
no peito, alma imersa em banho
espaço em branco
súplicas de novas cores
tons, sabores...
a rudeza do operário clama poesia
gueixa dos sonhos
como quem dança um triste acorde
somente há insaciáveis fomes
intangíveis amores e cidades invisíveis
a dureza do operário quer ser poeta
longo é o apito, seria urbana
ecos de outras eras
ressonâncias que nos travam ao chão
redundam
poetas e operários sonham
IN: "Desordem" - 1992
Escrever, é como fazer espelhos; deixar refletir o rosto de quem lê!