À REVELIA DE NOSSOS DESEJOS
(Jairo Nunes Bezerra)
De cima caíram águas frias e violentas,
Sem serem aguardadas, pegaram-me de surpresa...
E continuei com passadas lentas,
Molhado, mas mantendo a sutileza!
E quem na rua me esperava ansiosamente,
Não me viu... Ficou à distância...
Isso é rotineiro, agora mais frequente,
Tornou-se de meus anseios a redundância!
E tu também molhada afastastes de meu espaço,
E de soslaio,
Visionavas as minhas passadas sempre em frente!
E com ou sem chuvas continuamos distanciados,
Infelizes e sem afagos,
Do verdadeiro amor mais carente!