Poemas : 

Na rua

 
Oferto ao meu povo
A gota de sangue, de bile,
Qual um novo Aquiles,
O peito aberto, desnudo
A encarar, no tumulto,
A ira dos escudos.

Empunho cartazes,
Flores e bandeiras
Em meio a gases sufocantes,
Mas não recuo,
Sigo adiante
Por avenidas e ruas.

MPL e CMP,
FNDC e CTB,
Sem teto e sem terra,
Juventude socialista
E via campesina,
Marcha das mulheres
Brancas ou camponesas
Santas ou negras,
Esperança e baluarte
Para quem antes
Não tinha norte ou estandarte.

Corro de tiros e bombas,
Picho prédios e muros
E invisto com paus e pedras
Contra as novas bastilhas
A oprimir com a polícia
O coração que sonha
Sitiado por feras.

Alimento as chamas
E convoco para a briga
Pois o que me inflama
É a sede por justiça.

Sejam padres, putas ou bichas,
Nazis ou anarquistas,
Crentes ou comunistas
Seguem todos,
Juntos pela pista
Até que retrocedam
Os homens de capacete
Com armas e porretes,

Até que morram todos
Os opressores do povo,
Deputados e senadores,
Malditos saqueadores!

Tomo todas as vias
Com multidões em passeatas.
Resisto à cavalaria
Com fogo e barricadas
E à tropa de choque
Com coquetel molotov.

Verás que um filho teu
De nada foge
E que o povo unido
Tudo pode,

Porque a nossa luta
Não é por um quinhão,
Por míseros centavos,
Mas para extirpar
Conluios, vis condutas,
Corruptos ignavos
E o espírito escravo
Do seio da nação.

 
Autor
Felipe Mendonça
 
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Enviado por Tópico
fotograma
Publicado: 25/06/2013 21:59  Atualizado: 25/06/2013 21:59
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Usuário desde: 16/10/2012
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Mensagens: 1473
 Re: Na rua
gostei, bem escrito, com ginga e o tema que não quer calar

bem lembrado a heterogeneidade do movimento: todo mundo fulo

brasil finalmente fazendo jus ao nome