Viver Trânsitos de Plutão
é aceitar a própria morte!
Rendição psiquica, mental, emocional
num dentro que não se via ...
Tensão dual entre desejo e não-desejo,
Ser e não-ser, alí onde parte de nós se afunda
num abismo abissal.
Metamorfose lenta numa obscura imensidão
onde a dor é o portal.
Plutão Transforma!!!
É o fim da vontade, o "Eu" já não comanda,
ameaça, gritos, violência ...
Cavaleiro-sem-cabeça munido de uma espada.
O que ocorre é além!
Algures entre o lago do medo e a árvore da Sabedoria
no jardim da incerteza,
aí, é onde permanecemos em confronto!
Morte! À beira da Morte!
Eminente, perigosa, perspicaz ...
Luta, angustia, dor, impotência ...
Plutão é Maior!
Irrompe da posse, e o "Eu" enfraquecido,
triste, esquecido, rende-se incapaz de persistir ...
Vencido p'lo cansaço, "chora-se" num fundo que
não sabia!
Então, de que mundos vem depois
uma Paz imensa?!
Quando do desejo, obcessão, o "Eu" se vê liberto,
algo novo o invade nascido do seu dentro,
profundo Renascido numa outra sintonia,
nova dimensão, Harmonia, Paz e Unidade.
É no corpo que acontece a Alquimia Secreta
do desejo obcessivo, vontade obstinada,
recusa e conflito, luta e destruição,
tudo ocorre na Casa VIII, p'lo "veneno" de Escorpião.
Plutão: vulcão adormecido que incendia as profundezas!
Intima violência que ascende das trevas,
mata, limpa, purifica, tráz à superficie ...
Profundo, Intenso e Poderoso, é ele, o Poder de Escorpião ...
Escorpião destruido que Renasce "sem veneno" ... Fenix Renascida!
Que Semeia Novo Tempo, que prepara Nova Vida!
O "Eu" chega cansado, exausto, fraco da caminhada!
Fraco mas Seguro, cansado mas Sereno,
desse longe tão perto, onde em campos de batalha
ergueu a Espada e ouviu as vozes de Joana D'Arc,
"... eu tenho que ir ... eu tenho que ir ..."
E quando o "Eu" já ouve a Alma,
Plutão recolhe ao infra-mundo ...
A "lava" quente que seca, o vulcão que "adormece" ...
... Plutão silencia ...
O "Eu" respira, leve, pacifico, diferente, um Novo-Ser!
Dá-se a Secreta mutação, essa profunda Alquimia
nascida do não-medo, entrega, absolvição ...
O Ser regressa à Vida Renascido das Trevas,
nascido das cinzas, como se chegado
de uma imensa, penosa viagem,
onde o Tempo não esteve, onde a Vida findou,
onde a Alma recolheu, onde o mundo parou!
Mas a Vida Sempre Recomeça!!!
Ricardo Louro
que seja para que o Amor do Cristo
sempre nos Una!
Ricardo Maria Louro