Com que Alma encontrarei minha triste Vida
em que Vida tocarei minha pobre Alma
tão longe da Vida vive perdida
tão perto do Fado lhe arde a chama!
Cantar só me leva neste estado
ao suspirar d'um velho entardecer
resta chorar, triste viver meu pobre fado
esperar esse eterno amanhecer!
Talvez meu peito seja o chão
desse eterno peregrino que procura
aos pés da cruz encontrar qualquer perdão...
Pedir ternura ao Coração
é saber-me ferido e sem cura!
Choro, canto o fado sem perdão, pois tudo o resto foi em vão!
Ricardo Louro
no Chiado
em Lisboa
Ricardo Maria Louro