Que silêncio estranho habita em mim
Emerge ali um liquido brilho
Um ponto que une outro ponto
Tecendo um murmúrio sóbrio
Mas serôdio que se embebeda
Da última taça de vinho
Advento que se proclama e até reclama
O meu olhar atento ao novo arco íris
Sentado agora em frente a mim
Enquanto me arrasto até à minha janela
Para ver o retorno das marés
(Reinvento as estrelas ao cair da noite)
As montanhas já rasgaram os céus
Derrubaram-se já todas as pontes
Mas esta multiplicidade de cores
São pingentes disfarçados de pudor
Proliferam nos meus olhos baços
Por quanto é esta espera
Pelo fim de tudo e de mim
(2008)