Minha vida
Hoje sou como um barco naufragado,
Sem rumo e sem destino, apenas afundado.
Sou aquele que já nem sente o sofrer,
Sinal próprio, do simples fracassado.
Que mais preciso eu para me deixar morrer?
Nas frases que aqui escrevo
Há amarguras sem limites
Com frio intenso…quase gelo,
Sem limites...sem limites!
A luz deixou de brilhar nos meus olhos
E, como túnel de longa duração,
Minha vida, de olhos nos olhos,
Tão estúpida, quanto aquela devoção!
Meus olhos quase sem vida
Têm olhar triste e cansado.
Tempo da oportunidade perdida
Um corpo…na vida esgotado!
E...há um baixar de braços, um deixar de lutar,
Nessa luta que morre sem nunca começar,
Num vazio profundo, um castigo que se sente,
Como o sangue que me corre...
...neste corpo: ainda quente!
Alberto Avelar