Num trocadilho de palavras frias, inversas, trocadas sem sentido digo aqui o que não sei explicar. Leva-me esta escrita nas asas de um sonho perdido, embaciado para o colo que mais sonhei ter. A vida leva-me o tempo ou o tempo rouba-me a vida, não sei ao certo. Só sei que TU minha poesia bela, lacrimosa carente me pedes atenção e eu já nem a tua voz selecciono para ouvir... pedes-me que fale e eu só tenho o meu silêncio a dar... pedes-me o corpo... mal sabendo que me fugiu a alma... mas eu perdoo-te a falta de compreensão... Amiga, amante, sejas tu para mim o que fores de uma coisa sei... nunca entenderás as minhas preces, nunca me terás num TODO... porque Eu sou sempre EU e isso já não deixo ninguém alterar. Quer use tinta preta, tinta azul nunca te irei apagar com corrector! Não me arrependo de nada. Nem de te deixar vermelha do meu batom, minha folha de papel beijocada nem de em seguida te amachucar e pensar atirar-te para a reciclagem. Todos os projectos têm começo, meio e fim... não temas por isso. Chamam-lhe o ciclo da vida. Costumo dizer que há tempo para tudo mas neste momento receio que seja o TUDO quem não tem mais tempo...
Sem 'mas' nem 'porquês'
Assino esta voz trémula e complexa como,
Rute Ferreira.
'Dum vita est pO3tica'
Porque o amor tanto é quente como frio...