Vll CONCURSO
O último capítulo
O dia está a declinar, a penumbra decora o meu quarto de cinzento. Deveria levantar-me para acender a luz mas estou preguiçosa, sinto o conforto do sofá que oferece os seus braços
para aconchegar os meus. Os pensamentos veem, começam a aflorar à minha memória. Então lembro a juventude e não só. Tive a felicidade de poder viajar por países estrangeiros, ocasião de ver
coisas verdadeiramente extraordinárias, belas e imagináveis, mas nunca gostei de ficar muito tempo fora. Hotéis, pousadas ou qualquer alojamento não nos dão o conforto da nossa casa e quando chegava sentia uma grande alegria. Reconheço que foi um tempo de aprendizagem, conhecimentos úteis e culturais que me deram outra
perspectiva do mundo. Agora no presente. É Primavera, o tempo tem estado maravilhoso por isso amanhã tenciono ir passear pela vereda que circunda a casa. Calço uns ténis porque a terra é areenta, aquelas pedritas entram nas sandálias e magoam os pés.
É tão agradável ir pela sombra daquelas árvores, que nunca alguém poda nem rega e só a chuva do inverno lhes mata a sede do calor do Verão.. Agora reflorescendo provocam uma suave aragem que
nos traz o aroma doce das pequenas floritas do campo tão bem coloridas. As amoras são uma tentação
um bocado poeirentas, mas sopro-as e como-as, que
doçura! Ás vezes penso escrever um livro, mas não sei se alguém teria coragem de o ler até ao Último capítulo. Na minha idade sénior seria pouco compreensiva para os jovens que hoje em dia não leem e vão ao computador ler por siglas e fazer rascunhos cheios de erros crassos. Nem os adultos que nunca têm tempo para nada, nem para educar os filhotes e os idosos que infelizmente não têm quem olhe por eles, que precisam de óculos e nem dinheiro para os comprar. O tema seria insípido e mau certamente. Vou guardar esta ideia peregrina para mais tarde quando regressar da minha última viagem e trazer histórias estreladas e luminosas. Ah! Que soneiraaaaa…..
Vólena 12/5/2013