Podeis pensar, abusivamente, que vos falto à palavra,
Quando em meus devaneios, ao Homem dou assunção.
Não há pessoa, neste mundo, que não seja escrava,
Voluntariosa e compulsiva, forjando aqui, sua condição.
Direis, que é próprio do Homem, qual vicio que lavra,
Ir no arrepio da vida, na transe diária - basta servidão,
Que rouba às pessoas, seu discernimento, e crava
Suas garras, infames, na carne inerme, caída no chão.
Todo o Homem é egoísta – vinde, pois, declarai-vos –,
Que não há nada que faça, se não for seu beneficio;
E assim, arrogantes, andamos, sem quaisquer laivos:
Criaturas perdidas, num deserto sem fim; verdadeiras
Se tornariam, se não fizessem mau uso, do resquício,
Que, pouco a pouco, gesto a gesto, as diz inteiras.
Jorge Humberto
10/12/07