PÉTALAS
O seu amor reluz que nem riqueza, asa do meu destino, clareza do tino, pétala caindo bem devagar(D). Como disse o cantor e compositor sobre um amor, digo eu sobre o seu por mim. Este seu amor que me chega reluzente, mas tão reluzente que se eu tivesse riquezas, perguntaria "o que esta mulher quer de mim!?" Sem ver muito ainda o que conquistar nem ter onde ir, seu amor chegou cheio de imagens, de paisagens, de passagens compradas, estadias e cruzeiros e até de trem eu desejo agora seguir, voando dentro de mim... Destino. Só um amor pode fazer viver o que já está vivo, mas é preciso ser um amor clariante, clarificante e libertador do tino do outro e o homem necessita disso como a mulher necessita da flor: naturezas díspares, androceu e gineceu. Oh! Meu amor, viver é todo sacrifício feito em seu nome, quanto mais desejo um beijo, um beijo seu, muito mais eu vejo gosto me viver, viver!(D). E falando em flor, nada como a visão de um amor representado por uma pétala caindo bem, bem devagar. Nem pensar em vento, gravidade, velocidade, massa, forma côncava nem em lei de vôo ou envolvendo corpos em movimento. Apenas ver a pétala caindo, como se só ela existisse e caísse mansamente, como as mãos de Mozart, para nos levantar; indo pra lá e prá cá, sem pressa, sem pensar nem sonhar, um amor que existe por si só e pelo outro, que cai na terra como uma semente e germinando, abre-se, permitindo que uma nova planta brote de suas entranhas e saia da terra em tronco e galhos e broto e fruto e semente de novo. O seu amor reluz porque não impede, não dirige e não diminui a luz do outro. Por ser exato, o amor não cabe em si, por ser encantado o amor revela-se, por ser amor, invade e fim!!... (Djavan)
PÉTALAS APROVEITA PÉTALA PARA FALAR TAMBÉM DE AMOR