Amanhã já vou estar contigo e, no entanto, não consigo travar esta saudade que tomou conta de mim. Há esta falta que me fazes. Quase constante. Talvez precisamente porque estás sempre tão presente em mim. Nos meus gestos, nas minhas palavras, na forma de eu olhar para as coisas. Em tudo o que é o meu pensamento.
Fica este vazio que em alguns momentos se transforma numa angústia enorme de não te poder abraçar, aqui e agora. Porque tinha que ser agora, entendes? Tinha que ser este exacto abraço que nasceu só para ti, com o contorno do teu corpo, desenhado para o calor da tua pele e a doçura do teu beijo.
Apesar de a lua estar gigante lá fora. Apesar da certeza de que amanhã vamos estar juntos. Apesar disso tudo. Queria-te aqui. Agora. Porque se não te mostrar sempre, a cada instante, nunca te gosto o suficiente. Porque queria partilhar este segundo que agora acabou de passar contigo e com mais ninguém no mundo. Porque não sabes que estou a pensar em ti, mas devias saber. Devias saber sempre.
Amanhã talvez não saiba explicar-te estas palavras. Os ponteiros nos relógios vão marcar uma hora diferente, posterior a esta em que te escrevo. Terei com certeza outras para te dizer. Igualmente intensas, apaixonadas, absolutas.
Mas já não serão estas... compreendes, meu mundo?...