Poemas : 

“ alium finem”

 
"Eu logo comecei lhe obedecendo:
Nunca a memória vossa finalize!
Na primeira mansão da humana raça!
Mas por sóis numerosos se abalize!"


A Divina Comédia, Inferno - canto xxiv, ver. 102/105






Lembro-me vago de uma outra mulher, a quem ela amava era meu pai,
ausente, deixou em nossa casa a mulher e dois filhos para com ela co habitar.
Lembro-me do quarto de minha mãe vazio da cama, metade deserta; um ai !
a metade meio vivida sussurrava: “onde estará ? perdeu-se outra vez no mar?”

Do escuro do meu quartinho infantil, onde vivi em pesadelos uma infância
atormentada; ouvindo de minha mãe palavras sussurradas. que às vezes
de seus lábios trêmulos escapavam. teve jamais ela uma outra instância.
Mas essa triste história não é nova. nem comum ou banal acumular revezes.

Oh, este é um sofrimento que se repete há mil anos. Uma mãe carregando
um filho no colo, agarrado à tetas, empurrando um num carrinho; na barriga,
um terceiro, outro ingênuo sua vontade de vir à luz e sofrer, escoiceando.
e nenhum pai. sequer uma figura impotente para dar arrimo; ser um auriga.





[bem sei, bem sei que .....]





não exigiria um boa educação, presentes no natal, mas pelo menos a sua
presença. Lembro bem dessas noites em que minha mãe chorava sob a luz
amarela da lâmpada . já faz tempo. trinta anos ou mais atrás. ainda me amua.
ser um cúmplice da dor ingrata, felicidade ignorado não participação conduz.

Oh, vida! não me cobre o que eu fiz, se não me fez outro que esse cruel
meu destino traçado que fora e talvez agora isso não seja o suficiente!
Oh, não importa o que eu fiz, o que não diria sempre vazio, o mal; o fel;
acompanham-me. não salvou-me, enquanto estava florescendo ingente

A minha infantil agonia, não levou angustias, não deu em troca um diverso.
alma não está transpassada, salve-me para o fim a que estava prometido.
Tal inteira vida é uma história verdadeira e salvou-me para o que imerso,
nas venturas que se espera ao longo de um caminho ainda não percorrido .






[finalmente]







palavras amargas queimam na brisa leve, apesar das amarguras, vicejei
com físico ardor se não me levar pode ao céu, não me tirar do inferno
também poderá . saiba que eu estava cantando, mas não estava feliz. Sei
bem que nas incertezas, eu estava vivendo, guerreando outro ser interno.






[bem se sabe que é assim, sempre ...]






lágrimas descontroladas na madrugada falantes para acalmar a dor,
é clarão da janela brilho de esperança do sol apenas brilho sem ardor





[alguém saberia um final diferente?]





 
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shen.noshsaum
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 17/06/2013 00:24  Atualizado: 17/06/2013 00:24
 Re: “ alium finem”
Finalizar a memória é alto se pensar