Vai e será assim:
Andando depressa ou devagar,
Parando se necessário for,
Correndo se motivo tiver,
Motivos de andar, parar e correr são seus.
Se não lhe derem tudo, tente outra vez,
Se conseguir tudo e perder tudo, tente outra vez,
Se tentar outra vez e o certo não vier, não pense em azar,
Faça tudo de novo, fé e trabalho mostram sempre o caminho.
Se jogarem água em sua estrada, não a deixe secar,
Se atirarem areia em seus olhos, guarde todos os grãos,
Se fizerem cercas com duras madeiras, recolha estas estacas
Se atirem pedras, grandes e miúdas, guarde-as com carinho.
Guarde os males que às vezes fazem a você, não devolva nenhum,
Amanha misture água e areia, daí nascerá a sua construção segura,
Da madeira dura, que às vezes machuca e dói, faça suas paredes firmes,
Com pedras miúdas calce a sua estrada e das grandes faça a sua base.
José Veríssimo