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OTROS OJOS

 
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OTROS OJOS


Corpos primários, recônditos na minha neblina do olvido,
Guiem-me. Guiem-me até a porta onde ela,
Opaca madeira morta,
Reside.


Mostrem-me a reflexão da luz
---- que incidida ----
Revela. Revela a vivacidade
De uma visão, desde então,
Imota,
Cega!



Ella ontem: Jovem Jóia Turmalina;
Antes, antes mesmo de Turmalina,
Era Esmeralda. Esmeralda, Verde,
De um verde que deveras fascina, açaima,
Cintila!
E que, num tempo tão recente,
Ainda intensamente em minha mente refulgia.


Porém, hoje, o lago de inebriamento e enlevo
Evolou-se: volatilizando-se sua rainha.
Rainha do meu lago. Lago-Pensamento
Onde era Ondina. Ondina que se obliterou:
Caiu-me no esquecimento da cerebral retina.


Mas, assim, subitamente,
Uma palavra, o empuxo da recordação:
Recordação que a emergiu:
Emergiu como uma saudade morna,
Que se sente e se evapora.
Saudade que se sente
Quando alguém,
Há muito, partiu. Ah, foi-se embora.

JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
 
Autor
jessé barbosa de oli
 
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