Andava tudo num virote
Lá na quinta do Chico,
Como se descanso fosse luxo
Em altura de festejos na terra.
Dar ordem ao magote
É tarefa de senhor rico,
E não de feitor frouxo
Que nunca viu a guerra.
Árdua, esta coisa da ferra
Em animal cornudo e carocho
Com arremedos de mafarrico
E vigor no derrote.
“Tem que se fazer até à noite”
Vociferava o Chico
A queixumes de corpo roxo
Cuja vontade verga e mirra.
“Corja de meninos de birra”
Lá continuava ele para o são e para o coxo,
Enquanto tentava, com afinco
Empurrar mais um boi para o garrote.
O dia ía e já a noite dava o mote.
A liça terminava rija pois o Chico,
Que era torto que nem um arrocho,
Não era homem de se sentar no mocho
À espera das coisas do céu e da terra.
Valdevinoxis
A boa convivência não é uma questão de tolerância.