certo dia, numa hora
em que o vento chegou
deslizando em poças de chuva,
acontecia um beijou suave.
(não era noite e nem era dia...)
passeava melodia em réstia
de luz varando os segundos da aurora.
u’ a arte de pintura (...ou poesia)
da apreciação da janela
como manto, aqueles braços,
e meu corpo naquele
peito encostado.
o arejar frio
de fim de noite
estremeceu os corpos
num pedido de agasalho.
não foi preciso fala
nem insistência de olhar...
foi atendido o chamado
da colcha de retalhos
querendo nos abrigar.
o tempo trancou-nos
no ato de amor.
aquecidos ficamos
esquecidos do cobertor.
hoje tudo é passado
restando doce lembrança
e sempre que vem a aurora
a saudade abre a porta
se fazendo entrar...
e desde que tudo acabou
um violino chora triste
querendo reconquistar.
Aquela mania de escrever qualquer coisa que escorrega do pensamento.