não deixem de ler e dar opiniões
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confesso
não pude mais suportar tanto sofrimento,
tanta opressão!
uma sensação sufocante,
agonia em ondas...
estou aqui estático, esperando o momento!
ouço baixinho o pingar de água,
naquelas contrações te sinto,
mesmo que não te procure
ainda ardes em mim.
como pintar em palavras esta sensação?
agita-me a recordação,
procuro a razão, o porquê…
porque me oprimes, se vai ser tão
efêmero este momento?
vou ter-te outra vez
tenho a certeza,
como muitas vezes antes te tive,
quando te prenuncias,
a minha vida é um tormento
súbito, senti-te saindo de mim,
após intensa dor, deslizou, desceu suave,
aliviando meus pesares.
um rumor quase inaudível,
quando tocou o fundo da bacia.
barulho sublime causando alívio.
ao meu esfíncter que se contorcia.
nem mesmo o odor pútrido,
conseguiu diminuir a sensação
de alívio, conforto que senti
depois que te soltei.
confesso que caguei!
mas foi um ato sublime,
realização de uma aspiração,
há muito desejada,
desde que entrei,
pela porta daquela amiga privada.
ah! como é reconfortante,
deixar de sentir as vísceras contorcidas,
e vagas frementes de alívio
invadirem todo o corpo.
ah! como é bom uma cagada,
deixando no fundo da bacia,
aquela merda que me oprimia.
meu anus quase se espatifou,
e a merda foi tragada,
somente restos foi o que ficou,
partículas daquele meu jantar
emparelhadas ao redor.
não vou ficar esperando
que a água te venha devolver,
mas um ventinho veio e soprando,
lembrou-me como pode tanto feder
e que ainda tinha muito a fazer.
uma concha segurei na mão,
um tufo de papel macio,
limpei tudo direitinho.
tateava-me
procurando resquícios,
gozando a suavidade interior
agora livre daquele tormento
quem sabe eu volte a sonhar...
por entre floridos jardins e dourados trigais,
enquanto outra cagada não vem.
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