.
Na masmorra da solidão
afogado em lágrimas
amargas.
Ser amargo,
magro,
agridoce.
Seu choro é
mel
e fel
a ferro e fogo.
Ser instável,
tal qual onda
na maré do mar
da vida.
É onda no mar,
é maré cheia,
cheio de amor,
recheio de amar,
cheio de mar,
satisfeito.
Vou amar-te,
sem amor,
de carona no
cacófato intergalático.
Vou ao mar,
velejando só,
ilha deserta.
Ou não vou a lugar algum,
fico parado em domínio
do meu corpo
no eixo de mim.
Sólido, mirante
em riste para a ação.
Choro lágrimas gametas
pelas gônadas do meu alívio,
respiro orgástico
enquanto acendo um cigarro
ao invés de amar.
Aceita o corpo, ser do coito!
Aceita a vida,
seiva bruta
sem floreios.
Românticos não sobreviverão!
Sobre as flores amorosas
regadas lacrimosas
do amor cortês,
insurgirão abelhas,
espadachins do ferrão.
Amar-te não é certo,
a morte é certa.
Flores de plástico
não morrem,
assim como o amor,
pois nada morre
sem antes ser.
.
Esse poema foi escrito durante uma conversa no chat do lusopoemas com a usuária Jmattos. A conversa foi motivada pelo texto Fodei-vos, publicado aqui no site.